Eclipse
O eclipse parece seguir um ritmo próprio, com traços sórdidos. Ora clareia, ora escurece; ora preenche, ora retira. O ritmo segue um tempo que não é necessariamente o solar e as partes ocultas pedem com urgência para se tornarem visíveis. O eclipse converge com o que nunca vem, em forma de grande ilusão provocada pelo movimento dos corpos, ora próximos, ora distantes.
Não se pode conviver com essa sombra ilusória, nem sob outra qualquer, que não dá certeza a existência da luz. Quanto mais a luz estiver ausente, menos chances dos ciclos seguirem o curso saudável. Quanto mais movimentos de ocultar e exibir, mais irá se resumir a incerteza e ao desequilíbrio. O problema não é a existência do eclipse, mas a possibilidade de sua manutenção. ∞
Vinicius Gericó
@viniciusgerico
Autor do romance Mar Negro, disponível nas plataformas e livrarias, e apresentador e roteirista do podcast Foi Tentando Ser Feliz (Desculpe todos os transtornos), ele transita entre a escrita, vídeo e áudio com o mesmo entusiasmo.
Atua como jornalista, relações-públicas e comunicólogo e é apaixonado por contar histórias e conectar pessoas. Vegetariano e, nas horas vagas, ciclista, é movido por curiosidade infinita e por um otimismo indispensável para viver nos dias atuais. Além de ser cinéfilo de carteirinha — especialmente de ficção científica —, é fã de literatura existencial e está sempre em busca de novos aprendizados. Faz piadas com frequência e acha a vida um tanto banal para guardar más experiências.
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