Uma carta para os desencontros




Estimado Adam,
Estimada Emma,

Estou lendo os últimos capítulos da história de vocês e não posso deixar de registrar a minha felicidade. Sempre torci pelo casal desde que os conheci pela primeira vez em 2014 e os imaginei juntos. Curioso é que me identifiquei com a vida de vocês desde o começo, mas a minha Emma ainda não conseguiu ver amor em mim. E o meu Adam ainda não consegue perceber que não se pode impor sentimentos a ninguém. O que é uma pena, porque o tempo está passando e não sei se iremos viver esse amor, tal qual vocês vivem hoje.

Mesmo assim, ao ler cada avanço dessa narrativa me vejo no lugar de ambos. Quando sou Adam, entendo que o que recebeu nos últimos capítulos é uma síntese do que todos merecem na vida: o amor verdadeiro. Todos merecem viver o amor, ser amado e aceito pelo que é. Se o capítulo final vier com a infelicidade, todas essas palavras vão cair por terra, porém, sempre há motivos para crer que tudo mudará para melhor, ainda que fatos indiquem o contrário. Acredito que o casal chegou no ponto em que notam que ambos mereciam o amor um do outro e que era possível dar chance ao que sentiam. Assim como acredito merecer o amor da minha Emma. Mas sem posses e vitimismos. Nem todos estão contra nós e o amor é um sentimento complexo demais para exigir que ele seja como idealizamos. Por isso, é lógico, que entre nós existe o livre arbítrio e não se pode obrigar a ninguém a gostar ou me aceitar, nem a minha Emma.

Quando sou Emma, vejo que a solução que a vida deu para os personagens dessa história de desencontros me pareceu justa e ao mesmo tempo espontânea. Identifico-me com a sua forma de sentir pelo que acontece ao redor, o que permite o mínimo de segurança para não sofrer.

No início da história vemos um Adam claramente apaixonado tentando seguir a vida sem Emma. Ela, por sua vez, experimenta os próprios sentimentos e relacionamentos com os outros rapazes. Emma tem total direito de viver a vida dela e sair com quantas pessoas desejar. Afinal, direito iguais para todos. No decorrer dos eventos, aos poucos o brilho e a esperança do Adam foram se transformando em dor, a mais intensa e severa que ele imaginou sentir. Morreu, viveu fases de luto e recomeços. Acreditou que já estava seguindo em frente, mas em muitos momentos a crença era a de que vivia um eterno looping de sofrimento. Pior: que não o levaria a lugar algum.

Emma, por outro lado, estava na posição cômoda. Via tudo e não tinha a vida impactada pelos sentimentos ausentes. Viveu relacionamentos em paralelo com Adam e nunca se privou. Emma é livre e sempre foi. Mas por que há tanta dificuldade em Adam entender isso sem que sofra? Há um sentimento de posse nele que é nocivo e o fez sofrer muito mais do que deveria, imagino. Inclusive, esse sentimento fez dele uma pessoa instável e permissiva. Será que se ele fosse mais aberto e menos possessivo, seria tão infeliz? Tudo se acalmou somente depois que Adam a deixou para não sofrer mais. E foi justamente com essa distância que ela permitiu-se ver e conhecer um Adam além de todas as expectativas ruins que criou. Quem aguenta relações possessivas?

Enfim, meus caros amigos. Sinto empatia grande pela história e romance de vocês. Espero que tenham um final feliz. E para mim, um/a mero/a leitor/a que se identificou ora com Adam, ora com Emma, espero que o final da minha história de desencontros seja tão bom quanto à de vocês. Felicidades! Todos merecem a felicidade, experimentar e viver grandes amores. Se amar e ser amado por quem nos ama é no mínimo a melhor experiência da vida. Acredito que é isso que fica: o amor.

De um/a leitor/a da história de desencontros.

 

Capítulo 7: O luto severo
Capítulo 8: Stalker
Capítulo 9: Despedidas
Capítulo 10: Casualidades
Capítulo 11: Cada segundo é inesperado
Especial: Uma carta para os desencontros
Capítulo 12: Segure firme


  

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