O Fulano


| foto: oticacotidiana

Nos confortamos nos enganando ao pensar que “fulano” não sabia o que fazia.

Ainda que com sinais, ainda que com marcas e feridas expostas, a ilusão é mais sedutora.

É mais confortável acreditar na ignorância do outro do que encarar a gravidade da liberdade humana, do potencial destrutivo do outro.

Mas a verdade é dura: o fulano sabia, sabe e sempre saberá.

Todo ser consciente sabe, ainda que se esconda atrás de desculpas, atrás de um emocional instável, ainda que negue.

Cada ato performado é um gesto de liberdade, e cada gesto é também uma sentença de responsabilidade crua, que nossa maturidade molda conforme suportamos.

A questão não é o saber, mas o peso. Você aguenta sustentar em si o reconhecimento cru das ações do fulano?

E o fulano? Terá ele a força de encarar a própria liberdade, sem se refugiar na covardia da desculpa, da inocência inexistente, da ignorância do desconhecimento?

No fim, o que nos assombra não é a ignorância do outro, mas a lucidez insuportável da responsabilidade que atravessa todos nós.

Você e o fulano sabem, e o fulano que escreve vendo os dois, também sabe.

Não há chás de revelação com o que está posto, com o que é ação. Porque não há inocência possível diante da liberdade.

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