A reforma da Praça da Piedade


           
             É com água, regando, que o operário da reforma da Praça da Piedade, em Salvador, zela pela recém-reflorestada grama. Ela parece vívida, num verde tão brilhoso, que poderia lembrar a cor da esperança. Talvez o clichê da cor tenha trago tal sentimento a um morador de rua até a proximidade do gradil da praça, que pretende afastar pessoas como ele.
Ele se aproxima com timidez estampada no rosto barbudo e um copo plástico em uma das mãos. Está calor. Janeiro é um dos meses mais quentes de Salvador. Ele pede um pouco da água que dá vida ao gramado. O operário atende o pedido, mas parece não refletir no que sua ação representa.
            Ora o morador bebe, ora se refresca. O calor é insuportável, e é possível ouvir vozes aleatórias de fundo reclamando dele. Banho e sede saciada se misturam. Mas nada dura muito tempo. Logo o operário direciona novamente a água para o gramado, como se nada tivesse acontecido. Afinal, ele está ali para regar as plantas.
Logo mais a praça será reaberta, completamente reformada e viva. Já a sociedade e realidade... 


Um novo ano começou.
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