Sinais
Anoiteceu e esperava sinais de que ainda
existia. Ao menos em minhas lembranças você parecia real. Menos do que queria,
mais do que precisava.
Não me importo com o que se tornou, sempre faço
esforços sobrenaturais para tentar te trazer de volta. Talvez tudo isso seja
inútil, mas não custa tentar. Aliás, custa sim, só não me importo agora -- ou
melhor, faço de conta não me importar. Quem sabe esse velho esforço finalmente
vire algo experimentável.
Minha esperança se renova mesmo percebendo a distância que há entre nós. Isentei-me da luta contra eu mesmo. Nada adianta
aniquilar todas as lembranças saudáveis que tenho com você. Isso poderia me
deixar triste.
Você é o fantasma que assombrou meus dias de
paz e agora trava batalhas para vencer uma guerra que só existe em minha
cabeça. Batalha estranha. Tudo é
silencioso, frio e estratégico. Há mais medo e tensão, do que vontade em vencer
o conflito.
Você está num embate que nem sabe como começou,
que nem sequer pediu. Do outro lado, luto para colher o que sobrou no
meio de tantos conflitos e estragos causados por tudo que se cria, se
renova e se firma entre nós.
A gente sempre espera sinais de algo que já não
vemos e reconhecemos há tempos. Ao menos nas lembranças a esperança pode
manter-se. Tudo parecia real, mas no fundo tudo parecia era ser difícil para
conformar-se. A facilidade ao entrar, nem sempre é a mesma para sair. Prisioneiros de círculos invisíveis.
Grito por socorro, mas tudo que consigo ouvir é
o eco interminável da minha própria voz, das lembranças e esperanças. Sinais
invisíveis de que você (in)existe. ∞
Comentários
Postar um comentário
Bem-vind@ a Ótica Cotidiana!
Obrigado pela visita e leitura do texto.
Participe deixando a sua opinião, comentário ou questionamento sobre o texto.
NOTAS :
- Não serão tolerados qualquer mensagem contendo conteúdo ofensivo ou de spam.
- Os comentários são de plena responsabilidade dos seus autores, ainda que moderados pela administração do site.
- Os comentários não representam a opinião do autor ou do site.