O observador





Em algum lugar do seu universo pessoal há um observador. Ele decifra e monta seus passos e por vezes consegue ver coisas que, dificilmente, um humano dopado de sentimentos conseguiria ver. Às vezes ele é frio demais, é objetivo com as coisas que fazem mal. Percebe que a dor da ilusão e da dúvida são as que mais rompem o equilíbrio.
São momentos inquietantes e até entendidos como perversos. O observador consegue ver tudo, inclusive todo o sofrimento, mas ainda assim nada faz. A pergunta sempre é ‘por que?’ a resposta pode ser: para que aprendamos a desenvolver a alquimia de transformar coisas ruins em coisas boas. Mas entra os questionamentos do tipo: e a dor, e as lágrimas e as pedras caindo na cabeça? Tudo isso é capaz de ferir da mais nobre e pura das almas, tanto como o contrário. Como lidar com tantos paradoxos e problemas, se na vida os sentimentos e desafios aparecem e modificam tudo o tempo inteiro?
É estranho sentir que àqueles sentimentos já vividos e superados estão retornando. Suportar o retorno é algo inimaginável. Entram uma carga de vivências, expectativas e ilusões intensas, que manter o fôlego é algo realmente louvável. Por mais que seja insuportável ouvir de você mesmo, ou dos outros, coisas como: ‘eu avisei’, ‘eu já sabia’, ‘eu já sentia que... ’ é possível compreender e aprender a dar mais valor a essas intuições. Tenho total ciência de que mesmo ouvindo-as, ainda é possível se arriscar se jogando em um abismo.
A palavra do dia é recomeçar, recriar, renovar-se. Mas isso não significa descartar tudo que foi vivido, que fora superado e quiçá esquecido. Por vezes é preciso ser o observador, olhando as coisas com frieza e objetividade, sem se culpar por isso e sem ficar remoendo dores ou sentimentos. Às vezes é preciso acreditar que todos eles não existem ou que são fracos para poder abalar o estado de espírito. Quem sabe depois de tudo isso, e de mais umas idas e vindas, ilusões e desilusões, é possível dizer que agora existe uma pessoa mais forte. 



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