468 anos de diversidade e história
Do alto, os olhos e lentes capturam tudo e revelam uma Salvador que se perde no horizonte infinito. As cores da primeira capital do país se assemelham a um mosaico que traz, entre outras coisas, as águas calmas da Baía de Todos os Santos, a orla curvada de praias movimentadas e coloridas pelos sombreiros na areia. Estes, protegem os que se escondem do sol forte de domingo. Também escondidos, mas em becos, vielas e ruas estreitas, que mal passam os veículos, estão rostos anônimos que trazem as marcas que comprovam a vivência de parte destes 468 anos.
Imbuí/Avenida Paralela, Salvador | foto: Vinicius Gericó |
Os sons dos carros e dos tambores contínuos do Pelô são silenciados e, das sombras dos prédios e casas coladas umas nas outras, há evidências de que essa cidade centenária é mesmo misturada e abençoada pelas várias crenças. Ricos, pobres, negros, brancos, índios, soteropolitanos, baianos, nordestinos, brasileiros; do alto, todos são iguais e se espera que no chão também sejam. O anseio é que a desigualdade, tão visível do alto, também tenha fim.
Os ônibus, trens e metrô, ora lotados, ora vazios; carregam de um lado para o outro, àqueles que vivem e constroem a cidade. No intervalo de uma viagem e de cada ‘valeu, piloto!’, se firmam os laços, assim como o futuro deste pedaço no mundo.
As ladeiras, que dão preguiça de subir, parecem ser uma fenda que une e separa universos tipicamente conhecidos aos que podem apreciar da janela uma Baía de todas as crenças e tons. Do alto, aprecio os animais que podem ver de cima uma Salvador que consegue, mesmo com as adversidades, através do contraste, ser a pintura da paisagem viva.
Paisagem colorida que mistura tudo e todos num só pedaço de Terra batizado em 1549 como cidade do São Salvador.
Paisagem colorida que mistura tudo e todos num só pedaço de Terra batizado em 1549 como cidade do São Salvador.
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